terça-feira, 29 de junho de 2010

Bancada federal de MS tem maioria ‘dilmista’ apenas dois ‘serristas’ e dois indecisos

Valdelice Bonifácio

Alessandra de Souza
Valter, Marisa e Delcídio; entre os senadores, apenas a tucana apoia Serra


A maioria da bancada federal de Mato Grosso do Sul já se definiu pelo apoio à presidenciável do PT, Dilma Rousseff. Dos 11 parlamentares federais de Mato Grosso do Sul, seis declararam apoio à petista, dois pedirão votos para o tucano José Serra, dois estão indecisos e um ainda não atendeu aos telefonemas da reportagem do Midiamax.
Entre os deputados federais estão com Dilma, os petistas Vander Loubet e Antônio Carlos Biffi, além de Dagoberto Nogueira (PDT) e Nelson Trad (PMDB). Entre os senadores, a petista conta com Delcídio do Amaral, também do PT, e Valter Pereira, do PMDB.
Já Serra tem entre os deputados federais de MS, por enquanto, apenas Waldemir Moka (PMDB). O tucano também conta com o apoio da senadora Marisa Serrano, aliás, vice-presidente nacional do PSDB que chegou a ser cotada para a vaga de vice na chapa de Serra.
Há ainda dois parlamentares federais indecisos, porém, com tendência maior a apoiar Dilma: Marçal Filho e Geraldo Resende, ambos do PMDB. O deputado federal Antônio Cruz (PP) não atendeu aos telefonemas da reportagem. Segundo sua assessoria, quando procurado, ele estava atendendo pacientes no Hospital Evangélico. Porém, o partido dele, já se decidiu pelo apoio informal a Dilma.
PMDB dividido
Em Mato Grosso do Sul, o partido mais dividido em relação às eleições presidenciais é o PMDB, tanto que há parlamentares indecisos. Por enquanto, nenhum dos parlamentares admite que tal situação possa influenciar negativamente na tentativa de reeleição do governador André Puccinelli (PMDB) que declarou apoio a Serra.
Apenas Waldemir Moka acompanha a decisão do governador de apoiar o tucano. Nelson Trad, outrora admirador de Serra, explicou à reportagem que seguirá a decisão nacional da sigla.
Nacionalmente, o PMDB se aliou a Dilma e inclusive indicará o vice dela, o presidente do partido e da Câmara Federal, Michel Temer.
“Não vou me rebelar contra o partido. Respeito a decisão nacional e voto na Dilma”, diz Nelson Trad. Apesar de não negar a admiração por Serra, Trad avalia que a decisão do partido foi coerente, uma vez que participou do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“O PMDB esteve em quase 10 ministérios. Seria contraditório sair para outro lado”, analisa o experiente parlamentar que não disputará mais eleições, portanto, como ele mesmo explicou seu apoio a Dilma será simbólico.
Trad garante que sua decisão pela petista não tem relação com a escolha do filho, o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, um dos primeiros peemedebistas a se declarar ‘dilmista’. “Não tem relação com isso. Considero que o PMDB realmente foi governo”, atesta.
Já Marçal Filho cita que vive um certo “constrangimento” em relação às eleições presidenciais. Ele cita que tem proximidade com Michel Temer, porém mantém relação amistosa com Marisa Serrano.
Marçal diz que Michel já avisou que quer dialogar com ele sobre as eleições presidenciais. Porém, o deputado federal quer também ouvir o governador sobre o assunto.
Ele cita que André Puccinelli não chegou a dialogar com a bancada antes de tomar a decisão de apoiar Serra. “Ele mesmo decidiu em cima da hora não houve tempo”, afirma o deputado federal que é candidato à reeleição e deve tomar sua decisão só depois que a campanha eleitoral começar. Talvez "depois da Copa do Mundo de Futebol". 
Outro indeciso, o deputado federal Geraldo Resende disse ao Midiamax, ao participar da convenção do PMDB, no sábado em Campo Grande que deverá levar em conta a ligação que tem com Michel Temer, na hora de fazer sua escolha.
O parlamentar explica que o presidente da Câmara Federal foi solidário quando ele enfrentou processo por infidelidade partidária. movido pelo PPS, legenda que deixou para migrar para o PMDB. Resende também pretende conversar com o governador antes de anunciar sua decisão.
Já Waldemir Moka sempre foi defensor da aliança com Serra por apreciar seu perfil político, além de considerar que este seria o melhor caminho para o PMDB local, uma vez que Dilma já teria o palanque de Zeca do PT no Estado. Se não estivesse com o tucano, Puccinelli ficaria sem a vinculação direta com o um candidato à presidência.
O senador Valter Pereira que está rompido politicamente com o governador André Puccinelli (PMDB) revelou que vai apoiar Dilma ontem durante convenção do PDT, em Campo Grande.
Valter faltou à convenção do próprio partido, mas prestigiou o grupo de Zeca do PT. Apesar disso, o senador não declarou apoio ao petista e esclareceu que o fato de pedir votos para Dilma não quer dizer que fará o mesmo por Zeca.
Contudo, no palanque de Puccinelli também não sobe. O senador rompeu com o governador em março quando das prévias nas quais disputou com Waldemir Moka o direito de concorrer ao Senado. Valter acusou Puccinelli de ter usado a máquina pública para favorecer o adversário que saiu vencedor.

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