sexta-feira, 30 de abril de 2010

Morre em Aquidauana o ex-governador e ex-senador José Fragelli


Midiamax
Celso Bejarano e Paulo Xavier

Morreu na madrugada de hoje, o ex-governador de Mato Grosso (1970-1974), José Manuel Fontanilas Fragelli, 95, um dos mais importantes políticos sul-mato-grossense. O corpo dele é velado no prédio da Câmara dos Vereadores da cidade e deve ser sepultado no final da tarde de hoje. A causa da morte de Fragelli, que também ocupou mandatos de deputado estadual, federal e senador e chegou a ocupar a presidência da República, ainda não foi divulgada. Ele morreu em casa, possivelmente por razões naturais, perto dos familiares.

Fragelli ocupou a presidência do Senado de 1985 a 1987. Em setembro de 1986, por 14 dias, o corumbaense nascido em 31 de dezembro de 1915, ocupou interinamente a presidência da República.

Moradores próximos a casa de Fragelli, construída no centro de Aquidauana, cidade distante 110 km de Campo Grande, disseram que nos últimos meses dificilmente viam o ex-governador, que formou bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito Universidade de São Paulo, uma das mais famosas do país, em 1938. Ninguém da família de Fragelli se manifestou até agora.

Texto publicado no site de Senado, narra que Fragelli foi presidente do Senado no período de 1985 a 1987, tendo exercido o mandato de senador no período de 1980 a 1987. Na época de sua gestão o Senado Federal realizou 280 sessões ordinárias, 348 extraordinárias, quatro especiais, 542 conjuntas, tendo sido feitos 2.649 pronunciamentos e apresentados 641 projetos de lei.

Sua trajetória política, diz o site, marcante entre a de muitos outros, teve como um momento significativo a sua participação ativa, em 1983, na articulação da candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República.

No início desse ano organizou um grupo de 14 senadores, todos desconhecidos, para uma visita ao governador Tancredo Neves, que estavam dispostos a trabalhar por seu nome para Presidente da República. Foi o próprio Senador Fragelli, logo depois desse encontro, quem procurou o Senador Pedro Simon para dizer que, se o PMDB fosse ao Colégio Eleitoral, o candidato seria Tancredo Neves.

Após a derrota da emenda constitucional que previa o retorno das eleições diretas para a Presidência da República, o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves apoiado por uma articulação política da Aliança Democrática, frente oposicionista formada pelo MDB e pela Frente Liberal, dissidência do PDS.

Logo depois, o Senador Fragelli se elegeria presidente do Senado, derrotando o Senador Luiz Viana Filho, candidato do PDS. Como presidente do Senado, José Fragelli teve uma importante atuação na transferência de poder para o Vice-Presidente José Sarney, por ocasião da doença de Tancredo Neves, em 14 de março de 1985, quando o Presidente eleito indiretamente foi internado. No dia 15, data prevista para a posse, o presidente do Senado, à frente do Congresso Nacional, investido da faculdade de reconhecer o Presidente da República, e alegando afastar qualquer possibilidade de conturbação política, deu posse a José Sarney (1985-1990), que passou a ocupar interinamente a Presidência, seguindo assim a determinação da Constituição. Com a morte de Tancredo Neves em 21 de abril seguinte, Sarney foi confirmado na Presidência da República. Sua gestão à frente da presidência do Senado foi marcada por iniciativas de austeridade administrativa.

José Fragelli foi Promotor de Justiça em Campo Grande (1939-1943); Secretário de Justiça e Finanças (1953-1954); Diretor e Professor do Colégio Osvaldo Cruz em Campo Grande; Constituinte em 1947; Deputado Estadual (1947 a 1950); Deputado Estadual (1950 a 1954); Líder da Oposição pela UDN (1947 a 1951); Líder do Governo pela UDN (1951 a 1953); Deputado Federal (1955-1959) ; Governador (1970 a 1974) ; Senador 1º 11-80 a 31-1-87; Presidente do Senado Federal (1985-1987) ; Presidente do Congresso Nacional (1985-1987) ; Presidente da República interino ( 28 a 30-9-1986 e 9 a 14-9-1986); Pecuarista.

Tem as seguintes obras publicadas: Mato Grosso. Governadores, 1970-1974; Mensagem à Assembléia Legislativa. Cuiabá, 1972, 159 p. il (Senado); Mato Grosso. Governo do Estado. Mato Grosso do Garimpo ao Computador, Balanço do Governo José Fragelli, Cuiabá, 1974, 1 v. il. (Senado); Mato Grosso. Secretaria de Governo e Coordenação Econômica. Um Plano de Governo e sua Execução, Cuiabá, 1 v. il. (Senado); A Conjuntura Nacional e o Poder Legislativo, Palestra proferida, no dia 5-6-86, na Escola Superior de Guerra; O Poder Legislativo, Brasília.
Armando Anache

Por designação do Presidente da República integrou a Delegação do Brasil à XI Sessão da III Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, em 1982. Visitou a Itália a convite oficial do Parlamento italiano, em 1983. Por designação da Presidência do Senado Federal integrou a Delegação Brasileira à CXXXII Reunião do Conselho Interparlamentar, em Helsinque, Finlândia, em 1983. Visitou os Estados Unidos da América a convite do governo norte-americano, em 1985. Visitou a URSS a convite do governo soviético, em 1986.

Fragelli Recebeu as seguintes condecorações: Grã-Cruz do Condor dos Andes (Bolívia); Medalha da Independência (Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo); Colar D. Pedro I (Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo) ; Grande Colar da Ordem do Congresso Nacional, no grau Grão-Mestre (1985/86) ; Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco; Grande Oficial da Ordem do Rio Branco; Grande Oficial da Ordem do Mérito Aeronáutico; Grande Oficial da Ordem do Mérito Militar; Grande Oficial da Ordem da Legião de Honra; Grã-Cruz da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho; Grã-Cruz da Ordem do Mérito de Brasília; Medalha Anchieta; Grã-Cruz da Ordem de Boiacá (Colômbia); Grande Oficial da Ordem do Mérito Naval; Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho; Grã-Cruz da Ordem do Mérito Judiciário Militar; Medalha Alferes José Joaquim da Silva Xavier; Grã-Cruz da Ordem do Mérito das Forças Armadas.

sábado, 17 de abril de 2010

"Destinei R$ 167 milhões para a 359; Puccineli tem memória fraca", diz Dagoberto


Midiamax
Liziane Berrocal

Após ser veladamente criticado pelo governador André Puccineli na manhã de hoje, em Costa Rica, o deputado federal e pré- candidato ao senado Dagoberto Nogueira (PDT) rasgou o verbo com o governador agora à tarde.

Em entrevista ao Midiamax, Dagoberto declarou que Puccineli tem memória seletiva. "Ele tem memória curta, e esquece que em 2008 eu o convidei para participar do lançamento da BR-359, próximo a Coxim".

Segundo Dagoberto a solenidade ainda contou com a participação do ex-ministro dos transportes, Alfredo Nascimento. "E para ele lembrar melhor, foi quando ele queria até mesmo dividir essa obra comigo e me elogiou muito no lançamento", declarou.

Irritado, o deputado disse inclusive o trecho entre Alcinópolis e Costa Rica teve recursos liberados pela ex-ministra e pré- candidata a presidência Dilma Roussef. "São recursos da ordem de R$ 167 milhões e que cobrem o valor da obra até o final, de gestão exclusiva minha".
Alessandra de Souza

De acordo com ele, os recursos só estão esperando a medição, ou seja, as obras serem completadas. "Tenho trazido recursos sistematicamente para o estado, e posso comprovar isso. O governador pode não ter memória, mas o povo não esquece", enfatizou.

A reação foi uma resposta ao governador que na manhã de hoje, em Costa Rica, participou ao lado do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, da assinatura da ordem de serviço para a pavimentação da BR-359, quando aproveitou a ocasião para soltar uma frase entendida como ataque velado a Dagoberto. “Tem um comprido na estatura, mas que mente muito. Ele não tem participação nenhuma nesta história [investimento na 359]”, disse.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

PSOL vai disputar governo de MS


Midiamax
Nicanor Coelho, de Dourados

O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) já tomou a sua decisão. Terá candidato a governador em Mato Grosso do Sul. O ex-bancário Nei Braga é o pré-candidato do partido e teve seu nome referendado durante a III Conferência Eleitoral Estadual do partido realizada no dia 28 de março em Campo Grande.
Nei Braga afirmou que sua candidatura é uma alternativa para aqueles eleitores que não querem a volta ao passado representada por Zeca do PT e muito menos o continuísmo com a reeleição de André Puccinelli (PMDB).

A pré-candidatura de Braga foi confirmada na III Conferencia eleitoral do PSOL que aconteceu nos últimos dias 10 e 11 de abril no Rio de Janeiro onde Mato Grosso do Sul foi representado por quatro delegados.

Braga de 50 anos de idade já trabalhou no Banco do Brasil e durante muitos anos atuou no sindicalismo e agora diz que é candidato como “alternativa real de mudança”. “Na nossa conferência eleitoral deliberamos pela necessidade e importância do PSOL participar destas eleições como forma de sedimentar o partido no estado”, disse o pré-candidato.

Nei afirmou que o PSOL terá chapa própria ao Governo do Estado além de candidatos ao Senado, a deputado federal e a Assembléia Legislativa. Segundo ele a conferência eleitoral do PSOL decidiu convidar partidos de esquerda como o PSTU e o PCB para participar da coligação. “Deixamos em aberto a indicação do vice-governador e uma vaga ao Senado”, explicou.
Nicanor Coelho

"Aqui no MS não queremos reinventar a roda. Quer dizer ao povo que há espaço alternativo e consistente para apresentar uma candidatura de renovação”, disse Nei ao acrescentar que “agora o desafio do PSOL é sair com força e energia às ruas e se vincular cada vez mais ao povo”.

“Em nossas andanças e conversas sentimos que há um que de frustração no que diz respeito à atual governador e também ao anterior”, explicou Nei dizendo que sua candidatura “tem por objetivo aglutinar aqueles que estão à margem das decisões políticas, econômicas e administrativas em Mato Grosso do Sul e por isso queremos convocar a sociedade para que ela seja, de fato, a protagonista de sua própria história.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Lula pode sacramentar bipolarização em MS, opina Delcídio

Midiamax
Valdelice Bonifácio e Jacqueline Lopes

Na avaliação do senador Delcídio do Amaral (PT), dependendo da atitude que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva tomará em relação governador André Puccinelli (PMDB) no próximo dia 15 quando se esgota o prazo pedido pelo petista, poderá ser sacramentada a bipolarização eleitoral em Mato Grosso do Sul entre PT e PMDB.

Expirado o prazo, André vai telefonar a Lula para saber se está liberado para tratar das alianças eleitorais. Lula tinha pedido ao governador que aguardasse até o dia 15 antes de negociar com o PSDB. O presidente ainda tinha esperança de conseguir o apoio de André à presidenciável petista Dilma Rousseff. Porém, a candidatura de Zeca do PT ao governo, hoje classificada pelos petistas como irreversível, dificulta o entendimento.

“Se não vier resposta nenhuma pode ser confirmada a bipolarização. Mas, pelo amor de Deus, eu estou falando em suposições. Não tenho conversado com Lula ou com quem quer seja para saber o que vai acontecer”, disse o senador durante entrevista coletiva na Assembleia Legislativa onde ministrou palestra sobre o Pré-sal.

Delcídio esteve internado recentemente devido à dengue e ficou distante das articulações políticas. Recuperado da enfermidade, Delcídio se prepara agora para iniciar sua agenda conjunta com Zeca do PT pelo interior do Estado. O primeiro compromisso está prevista para sexta-feira e sábado em Três Lagoas, quando os petistas realizarão o seminário regional.

A expectativa geral, no meio político, é de que Lula libere André que já tem se aproximado dos tucanos localmente. Assim, o governador evita a candidatura da senadora Marisa Serrano (PSDB) que disputaria o cargo para dar palanque a José Serra (PSDB), isso no caso de André fechar com os petistas.

Assim, André pode ir às urnas defendendo a candidatura de José Serra tendo como único adversário expressivo, Zeca do PT que defenderá Dilma Rousseff, candidata a presidente pelo PT.
Midiamax
Valdelice Bonifácio e Jacqueline Lopes

Na avaliação do senador Delcídio do Amaral (PT), dependendo da atitude que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva tomará em relação governador André Puccinelli (PMDB) no próximo dia 15 quando se esgota o prazo pedido pelo petista, poderá ser sacramentada a bipolarização eleitoral em Mato Grosso do Sul entre PT e PMDB.

Expirado o prazo, André vai telefonar a Lula para saber se está liberado para tratar das alianças eleitorais. Lula tinha pedido ao governador que aguardasse até o dia 15 antes de negociar com o PSDB. O presidente ainda tinha esperança de conseguir o apoio de André à presidenciável petista Dilma Rousseff. Porém, a candidatura de Zeca do PT ao governo, hoje classificada pelos petistas como irreversível, dificulta o entendimento.

“Se não vier resposta nenhuma pode ser confirmada a bipolarização. Mas, pelo amor de Deus, eu estou falando em suposições. Não tenho conversado com Lula ou com quem quer seja para saber o que vai acontecer”, disse o senador durante entrevista coletiva na Assembleia Legislativa onde ministrou palestra sobre o Pré-sal.

Delcídio esteve internado recentemente devido à dengue e ficou distante das articulações políticas. Recuperado da enfermidade, Delcídio se prepara agora para iniciar sua agenda conjunta com Zeca do PT pelo interior do Estado. O primeiro compromisso está prevista para sexta-feira e sábado em Três Lagoas, quando os petistas realizarão o seminário regional.

A expectativa geral, no meio político, é de que Lula libere André que já tem se aproximado dos tucanos localmente. Assim, o governador evita a candidatura da senadora Marisa Serrano (PSDB) que disputaria o cargo para dar palanque a José Serra (PSDB), isso no caso de André fechar com os petistas.

Assim, André pode ir às urnas defendendo a candidatura de José Serra tendo como único adversário expressivo, Zeca do PT que defenderá Dilma Rousseff, candidata a presidente pelo PT.

domingo, 11 de abril de 2010

Ferida aberta nas prévias pode tirar Valter do PMDB até o fim do mês


Valdelice Bonifácio

O senador Valter Pereira é daqueles militantes que ajudaram o velho MDB a se transformar no PMDB, o maior partido político brasileiro da atualidade. Contudo, sua longa história que tem precisamente 44 anos na legenda pode ter um ponto final. Antes que se encerre o mês de abril, ele precisa dizer ao PSB se aceita ou não o convite para ingressar no partido. “As conversas realmente estão bem adiantadas. Tenho dialogado com a cúpula nacional e com os dirigentes aqui no Estado. Não impus qualquer condição. Se me filiar serei escravo do partidarismo tal qual sou no PMDB”, afirma.

Valter esclarece que está acertando o futuro de seus parceiros eleitorais principalmente no interior do Estado. “Há outras pessoas que precisam ser ouvidas. Estou conversando com os diretórios municipais do PMDB e tentando vencer as dificuldades locais”, explica. Valter quer evitar, por exemplo, que filiando-se a outro partido crie dificuldades eleitorais para militantes ligados a ele. “Tudo tem que ser acertado”, diz.

O PSB tenta a filiação de Valter desde o ano passado quando começou a disputa interna no PMDB entre o senador e o deputado federal Waldemir Moka (PMDB). Valter que queria concorrer à reeleição temia ser atropelado por Moka que tinha o apoio velado do governador André Puccinelli (PMDB). Valter ameaçou deixar o PMDB para tentar viabilizar seu projeto em outro partido. Os peemedebistas então decidiram-se pelas prévias.

O senador não admite ter saído magoado da disputa interna, mas as prévias deixaram sim feridas que não cicatrizaram. Na ocasião das internas, ele denunciou compra de votos por parte de Waldemir Moka e reclamou da interferência do governador a favor do concorrente.

André, aliás, disse em recente entrevista que não acredita que Valter deixará o PMDB. “Se o Valter fosse para outro partido ele desdiria toda a sua história de 40 anos. Eu não acho que ele faria ou fará isso. Ele tem história. Não acredito nisso. O Valter tem abrigo no PMDB e sabe. Se ele quiser concorrer a outro cargo, a deputado federal, por exemplo, eu diria com 100% de certeza que ele terá todo apoio. Tenho 99% de certeza de que ele se elegeria”, disse o governador em entrevista coletiva na sala de reuniões da Governadoria nesta semana.

Valter não vê a possível desfiliação como um desrepeito à sua história e rebate o governador. “Ele tinha que ter pensado nisso antes da interferência escancarada a favor do Moka nas prévias”, desabafa. O senador também considera que o PSB é um partido que tem ideários próximos ao PMDB, portanto não estará pisando nos valores que sempre defendeu. Caso migre de partido, ele não poderá disputar as próximas eleições, pois o prazo para filiações já esgotou.
Alessandra de Souza

Nacionalmente, o PSB tem como liderança mais expressiva o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, pretenso candidato à presidência da República. Localmente, o partido não terá candidato ao governo do Estado e escolherá entre Zeca do PT e André Puccinelli na disputa pelo comando do Poder Executivo.

Valter até hoje nunca pediu votos para Zeca do PT, mas diz que se ingressar no PSB vestirá a camisa que a legenda escolher seja qual for. Entretanto, o presidente regional do PSB, Sérgio Assis, tem sido visto com freqüência em eventos públicos ao lado de André Puccinelli. Hoje mesmo esteve com ele em Coxim. O dirigente não retornou aos telefonemas da reportagem do Midiamax.

sábado, 10 de abril de 2010

Petebistas ameaçam acionar Justiça contra aliança com André

MidiamaxNews
Valdelice Bonifácio

Filiados do PTB contrários à decisão da legenda de apoiar André Puccinelli (PMDB) ao invés de Zeca do PT ameaçam acionar a Justiça contra a posição anunciada hoje pela Executiva regional da sigla. Por nove votos a um, o partido acatou a proposta de André e rejeitou a de Zeca.

Um dos mais exaltados, o filiado Antônio Trindade Neto, disse que a decisão da Executiva contrariou o regimento do partido. “Só a convenção tem o poder de decidir alianças. Esta reunião aqui não poderia definir isso”, afirma mostrando o regimento aos repórteres.

Ele informa que tentará reverter a situação na Justiça. “Vamos pedir a anulação da decisão da Executiva”, adianta. A reunião de hoje não dispensa a realização da convenção, uma exigência da Justiça Eleitoral. Contudo, na explicação, dos filiados, apenas a proposta de André será colocada em votação já que a de Zeca foi rejeitada pela Executiva. “Nós queremos levar as duas propostas para a convenção”, disse.

Se não conseguir decisão Judicial favorável, Trindade promete se juntar ao grupo que ameaça se desfiliar do PTB. O partido, segundo informou hoje, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) Chico Maia, está prestes a sofrer uma debandada.

Conforme Maia, o grupo de insatisfeitos com o modo como o PTB conduziu a negociação da aliança, inclui o empresário de Aquidauana e ex-pretenso candidato ao governo, Zelito Ribeiro, o prefeito de Maracaju, Celso Vargas, o pecuarista Italívio Coelho, o suplente de senador Antônio João, dentro outros nomes. Todos podem se desfiliar.

Eles suspeitam que o PTB tenha se “vendido” para o governador André Puccinelli. Antônio Trindade Neto diz ter certeza de que a aliança com André envolveu dinheiro. “Em uma reunião do partido, o Louzada disse para quem quisesse ouvir que pegaria R$ 1 milhão do acerto com o André e enviaria a Roberto Jefferson [presidente nacional do PTB] para ele investir em outras campanhas”, acusou.

Trindade Neto diz não ter gravado tal declaração, mas assegura que ela foi pública e que vários filiados ouviram. Louzada não estava mais no diretório quando o filiado fez tal acusação. Porém, antes de sair negou que a escolha pela proposta de André tenha envolvido dinheiro.

Oficialmente, a Executiva aceitou a proposta de André por considerar que ela oferecia mais chances de o partido eleger deputados estaduais e federais. Mas, os filiados discordam. “Zeca ofereceu a vaga de vice-governador, duas secretarias e duas suplências. Porque aceitar uma proposta inferior? Só pode ser negociação em dinheiro”, suspeita outro petebista indignado com a decisão da legenda, Wilson Nascimento, que também anunciou a decisão de abandonar o partido.

“Não dá para engolir o argumento de que a proposta de André era melhor porque Zeca não vai se eleger. Há pouco tempo, o PTB ia lançar candidatura própria ao governo com poucas chances de vitória”, relembra Nascimento referindo-se à candidatura de Zelito Ribeiro que desistiu abrindo caminho para a sigla buscar aliança.

Único membro da Executiva do PTB a votar a favor da aliança com Zeca do PT, Salatiel Zózimo Ricas que é tesoureiro da sigla, avalia que o partido desperdiçou a melhor proposta. “Porém, eu não vou sair do partido e não acredita em debandada. Acho que estão exaltados agora, mas daqui a pouco isso passa”, opina.

Ivan Louzada informou, durante entrevista coletiva, na sede do Diretório que não se importa com as ameaças de desfiliações. “Quem quiser sair que saia, as portas do PTB estão abertas”, dispensou. Louzada segue hoje para Brasília onde comunicará o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson sobre a decisão tomada hoje pela Executiva do partido.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

MS: André manda 10 membros do governo às urnas; veja os nomes

Midiamax
Valdelice Bonifácio

Dez servidores de confiança do governador André Puccinelli (PMDB) estão sendo exonerados hoje pelo chefe do Poder Executivo. Todos, por determinação ou consentimento do governador, disputarão as eleições.

Quatro são titulares de secretarias importantes. Em alguns casos, André exonerou o servidor sem que o projeto político esteja definido.

Ontem, ele dedicou boa parte do dia às exonerações. Recebeu em audiências individuais todos os secretários de seu governo. Quer garantir que os projetos tocados em conjunto entre as secretarias não sofram problemas de continuidade em razão das desincompatibilizações.

O Diário Oficial de hoje traz as exonerações dos secretários Edson Giroto (Obras Públicas), Carlos Marun (Habitação), Tânia Garib (Assistência Social) e Nilene Badeca (Educação).

Edson e Tânia devem concorrer a uma vaga na Câmara Federal. Já Marun, que já e deputado estadual licenciado e Nilene devem brigar por vagas na Assembleia. Tânia era nome cotado ainda para a suplência de Murilo Zauith (DEM), projeto que não vingou já que o democrata não deverá mais concorrer ao cargo.

Também estão fora do governo desde ontem, conforme a data dos decretos, os assessores especiais do governador, Roberto Hashioka Soler, ex-prefeito de Nova Andradina, o ex-diretor-presidente do Iagro, Roberto Bacha que estava acomodado na Governadoria, além de Raimundo Nonato de Souza (ex-assessor do deputado federal Antonio Cruz, dirigente estadual do PP).

Hashioka é esposo da deputada estadual Dione Hashioka. Ele deve concorrer a deputado federal. Já Bacha havia deixado o Iagro no ano passado. Está filiado ao PT do B partido pelo qual deve concorrer a deputado estadual.

Dois diretores de órgãos importantes também aparecem na lista dos exonerados publicada hoje. Ademir de Souza Osiro está se desligando da direção do Inmetro e João Carlos Barbosa deixa a presidência da Sanesul. Filiados ao DEM, os dois são cotados para concorrer a deputado federal, mas o partido ainda não sacramentou as candidaturas.

Por fim, está deixando a Diretoria de Habilitação e Educação no Trânsito do Detran-MS, Elizabeth Félix da Silva Carvalho. Filiada ao PMDB, ela informou ao Midiamax que ainda não sabe se concorrerá a deputada estadual ou federal, tudo dependerá do partido.

Os secretários e chefes de autarquias exonerados hoje devem ser substituídos pelos adjuntos.

A publicação das nomeações está prevista para a próxima segunda-feira, dia 5 de abril.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Amplavisão 612 - Manoel Afonso (Campo Grande News)


DO LEITOR “Como dizia o ex-governador Abreu Sodré, “política é a arte de engolir sapos”. A definição se aplica na “reconciliação” de André e Antônio João. Aliás, André foi quem mais saiu perdendo no episódio, desnecessário”.

PENSANDO BEM... a perda se deve aos embates que se tornaram públicos, inclusive os termos pejorativos e apelidos dispensados ao jornalista pelo governador. Cá entre nós: André não precisava disso para faturar a reeleição.

ZECA já sentiu que está perdendo nas composições partidárias. Não tem o poder que usou para se reeleger (lembra-se?). O que tem de palpável para oferecer aos aliados? Virá munição ou respaldo de Brasília?

OS DIRIGENTES partidários são profissionais. Não escondem que vão ficar com quem oferecer melhores vantagens para inclusive eleger seus deputados. Esse papo de afinidade e ideologia é papo para boi dormir.

O CASO do PTB – que tende anunciar até dia 9 sua opção por André – é apenas um exemplo. Daí é de estarrecer a “indignação do ingênuo” Antônio João, que perdeu o diretório para Ivan Louzada. Menos, please...menos!

AVISO O exercício de cargo na administração pública ajuda, mas não é passaporte carimbado para a AL e Câmara Federal. O sucesso nas urnas depende da competência e do estilo do candidato de saber fazer política.

NO SAGUÃO da AL se ouve de tudo. Fala-se que na hora do desespero, Zeca poderia incentivar o voto no primo Moka, como forma de diminuir a densidade eleitoral de Delcídio. Seria a chamada “vingança maligna”.

PERDENDO a eleição, qual o futuro de Zeca? Bem...se Dilma se eleger poderia ser compensado com algum cargo, o que o petistas mais gostam! Se Dilma perder, poderia tentar a prefeitura da capital, onde tem rejeição alta.

DELCÍDIO & FUTURO Ganhando Dilma, ele pode virar ministro, com reflexos no quadro estadual. Mais 8 anos de mandato e com o Ministério das Minas e Energia, ele pode até perder a obsessão pelo Parque dos Poderes.

NA HIPÓTESE de Dilma perder, ele terá outras opções, inclusive mudar de partido, onde os caciques o aceitem, é claro. Teria que ser uma agremiação sem grandes estrelas, que apostaria as fichas no carisma do senador.

O SENADOR sabe que PMDB e PSDB não lhe dariam espaço. Não seria conveniente às pretensões de suas respectivas lideranças. Mas neste caso, poderia num outro partido menor, disputar o Governo em 2014...e dar trabalho.

AS PESQUISAS mostram que o eleitorado de Delcídio vai das classes A até D. Vota-se pelo seu prestígio em Brasília, desempenho no Senado, benefícios de emendas no orçamento e sua boa imagem pública.

É FORTE! Não tenho conversado com Marun, mas ouço prefeitos e vereadores satisfeitos com seu trabalho. Além do mais, habita o universo dos homens de confiança de André. Deve superar a marca dos 30 mil votos.

JOCELITO é um prefeito pratico. Retribuirá com votos aqueles políticos que ajudaram Chapadão com ações diversas. Em papo recente abriu o jogo: se diz grato ao governador André, que tem se mostrado seu fiel parceiro.

BRAGA Sem rabo preso, está muito à vontade para decidir com quem ficar nestas eleições, independentemente da filiação partidária. De bem com a vida, tendo optado pelo descanso, deve caminhar ao lado de André.

DOURADOS Até os seus jornalistas – independentes – reconhecem a mediocridade do nível político. Nomes é que não faltam, mas falta-lhes comprometimento com o interesse público, sem atrelamento aos “esquemas paralelos”.

A FAMA de Dourados é muito ruim! Superou inclusive Ponta Porá – de antigamente. Políticos e figuras escroques se misturaram em prejuízo a comunidade, dinâmica por sinal. Até o PT - que pregava moralidade - saiu queimado.

ARMANDO NOGUEIRA: “Gol de letra é injúria; gol contra é incesto; gol de bico é estupro. Os cartolas pecam por ação, omissão ou comissão. No futebol matar a bola é um ato de amor. Se a bola não quica, mau-caráter indica”.

PREVISÕES: Vencendo André e Serra, teríamos em 2014 as candidaturas de Simone, Delcídio e Marisa, com chance da última ter ocupado o Ministério da Educação. Imaginação é que não faltam aos jornalistas.

DETALHES: 53% dos que aprovam Lula, votam em Dilma, que baixou a rejeição de 35% para 20%. Na espontânea, Dilma tem 12% e Serra apenas 8%. Muita água vai rolar e o nível da campanha dependerá da postura de Lula.

SERRA Gostei de suas colocações na festa de despedida. Mostrou seu estilo discreto, autêntico, corajoso e com projeto de governo. Não usou expressões odiosas de quem estivesse pronto para matar e morrer.