quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Delcídio já fala com cautela sobre relação de PT e PMDB


João Prestes e Valdelice Bonifácio
Alessandra de Souza


As declarações do senador Delcídio do Amaral (PT), durante a inauguração do frigorífico Bertin, hoje pela manhã, deixam dúvidas sobre o destino do cenário político do Estado. Antes defensor incondicional da candidatura própria ao governo pelo PT, Delcídio preferiu a cautela ao tratar do assunto. “O tempo dirá”, foi sua resposta mais enigmática, quando indagado se haveria a possibilidade de o presidente Lula tentar convencer o ex-governador Zeca do PT a desistir da candidatura.

Delcídio disse que, para as cúpulas do PMDB e do PT, Mato Grosso do Sul não figura entre os casos de acordo impossível entre os dois partidos. Entretanto, ele frisa que, primeiramente, a aliança será tratada em nível nacional, depois se discutirá as questões localizadas. “Não dá para dizer que o cenário local está definido”, disse o senador.

As cúpulas do PMDB e do PT concordam que há dificuldades para juntar os dois partidos em um mesmo palanque em Mato Grosso do Sul, porém ainda acreditam que isso seja possível. O ex-governador Zeca do PT tem reafirmado, sempre que instado, o caráter irrevogável de sua candidatura. “Nem o Lula me impede de ser candidato”, tem repetido Zeca.

Delcídio concorda que Lula não vai impor nada ao amigo Zeca do PT. Um pedido desses será feito diretamente ao ex-governador, frisou. E Zeca tem o direito de recusar.

8% de pressão

Já o governador André Puccinelli demonstra que não vai desistir fácil de barrar a candidatura petista. O trunfo são os votos que afirma ter na convenção nacional. André joga duro, promete levar os 27 convencionais do PMDB – que representam 8% do total – a rejeitar o apoio a Dilma Rousseff, caso o PT não apoie sua candidatura e desista de lançar Zeca.

“Não vai haver cenário nacional sem a participação do Andrezinho”, avisou o governador, no mesmo evento em que participou o senador Delcídio.

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