Pela primeira vez desde que a aliança entre PMDB e PT passou a ser tratada como um compromisso formal em âmbito nacional para as eleições de 2010, o governador André Puccinelli (PMDB), até então em silêncio sobre o assunto, criticou a decisão da cúpula de seu partido. Disse que a atitude é antecipada e defendeu que o PMDB lance candidatura própria ou não faça alianças para liberar o partido nos estados.
“E se chegar no ano que vem e a Dilma Rousseff [provável presidenciável do PT] não sair candidata. E se o José Serra [governador de São Paulo nome que está sendo avaliado pelo PSDB] não for candidato. E aí quem já tiver anunciado o apoio fica embaixo com a broxa na mão. É muito cedo. Lá em março é que vamos saber quem é candidato e quem não é”, afirmou.
André se mostrou contrariado com a atitude da cúpula do PMDB de declarar apoio à Dilma Rousseff sem antes ouvir o conselho político do partido. O governador mencionou que lideranças do PMDB como presidente do Senado José Sarney (AP), o senador Renan Calheiros (AL) e o presidente da Câmara Federal Michel Temer (SP) – cotado para vice de Dilma -- não podem tomar sozinhos uma decisão que interessa a todo partido.
“Eu liguei para o Michel Temer e perguntei quando é que eles vão chamar o conselho para conversar. Nós queremos ser ouvidos”, informou salientando que participan do conselho, os governadores do PMDB e os presidentes dos diretórios regionais da sigla.
O governador só evita falar em prejuízos políticos para sua candidatura à reeleição na hipótese da aliança entre PMDB e PT vingar nacionalmente. Mas, sabe-se que ele pagaria um alto preço.
Apesar da verticalização não vigorar mais, a aliança nacional cria limitações para os candidatos a governador nos Estados. André não teria a obrigação de receber Dilma Rousseff em seu palanque, mas, também não pode oferecer apoio oficial ao presidenciável tucano.
Os dois não poderiam, por exemplo, aparecer juntos em palanque oficial e nem na propaganda eleitoral em rádio e televisão.
O governador que chegou a se esforçar por uma aliança local com os petistas, hoje pôs fim a qualquer possibilidade de entendimento.
Publicamente, ele desafiou o ex-governador Zeca do PT a concorrer em 2010. “Não vou propor acordo nenhum. Ele [Zeca] não fica dizendo que se desistir vão dizer que se vendeu? Primeiro que ninguém quer comprar e eu o estou desafiando a ser candidato”, mencionou.
A declaração prova que o governador vê Zeca do PT como seu adversário. Hoje, ao percorrer a Praça Ary Coelho cumprimentou populares e se entregou a comparações com ex-governador. Mencionou que em Campo Grande ele é muito mais popular que o petista e que as urnas comprovarão que está dizendo a verdade.
Com Zeca candidato, André não dará palanque a Dilma. Deve apoiar o candidato do PSDB daí querer evitar que a aliança entre PMDB e PT se consolide nacionalmente.
Embora reconheça que é difícil André sugere que o PMDB lance candidato à presidência da República. Ele menciona que o senador Pedro Simon (RS) e o governador do Paraná, Roberto Requião seriam bons nomes.
“É difícil a chance é de apenas 1%. Mas, eu acho que o partido tem de respeitar as peculiaridades dos estados”, afirmou.
Questionado se um possível recuo do PMDB em apoiar Dilma não seria prejudicial para o partido, uma vez que a legenda tem ministérios importantes no governo, André mencionou não se importar com isso, porque está focado na situação local.
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