Valdelice Bonifácio |
Durante encontro estadual do Democratas, na Câmara de Campo Grande, nesta manhã, o governador André Puccinelli (PMDB) e o vice Murilo Zauith (DEM) anunciaram o que eles mesmos chamaram de motim e que acontecerá no dia 22 de novembro, data das eleições internas do PT.
O primeiro a levantar o assunto com ar de mistério foi o vice-governador. “Eu havia dito que alguns fatos importantes aconteceriam na convenção do PDT. E de fato aconteceram. Agora, teremos no dia 22 as eleições do PT. Depois disso, as lideranças vão ficar mais à vontade para falar”, mencionou Murilo.
Questionado pelos repórteres, o vice-governador se recusou a revelar detalhes sobre o possível novo cenário que pode surgir no pós-PED (Processo de Eleições Diretas) do PT.
Pouco depois, quando discursava o governador André Puccinelli chamou os democratas de companheiros e disse que a parceria pode continuar. “O futuro Deus sabe”, citou.
Mais adiante, explicou que quem comanda o Estado tem que ter cautela ao tratar de alianças já que o governo depende de outras forças políticas. Em seguida incorporou fato histórico à sua fala. “Como ocorreu em 13 de maio de 1888 [data da abolição da escravatura], os grilhões são cortados quando o povo se insurge. O motim está próximo”, anunciou.
André deixou o plenário sem esclarecer o que quis dizer com "o motim está próximo". “Depende do que vai acontecer no dia 22. O que tem mesmo no dia 22? O Murilo que me falou. Ele sabe”, despistou mandando os repórteres procurarem o vice-governador.
Murilo, por sua vez, manteve silêncio sobre o assunto no restante do evento.
Aliança
Pouco antes do anúncio do motim, Murilo disse à imprensa que acreditava na manutenção da aliança com o ex-governador. “A presença dele aqui sinaliza isso”, disse.
Questionado se não era desconfortável tratar da aliança com o governador sabendo que ele ainda espera um sinal dos petistas, Murilo adotou um tom misterioso e disse que os acontecimentos em relação ao PT dependeriam das eleições do dia 22.
Como se sabe, André Puccinelli aguarda a cúpula nacional do PMDB e do PT enquadrarem os petistas no Estado para impedir que eles lancem a candidatura de Zeca do PT ao governo.
Os petistas insistem no lançamento de Zeca, mesmo sabendo que lideranças nacionais do PT preferem que haja acordo como forma de facilitar a aprovação da aliança nacional na convenção do PMDB. Se Zeca for candidato, os delegados do PMDB regional votarão contra a aliança nacional.
Hoje, André reafirmou que continua esperando os acontecimentos quieto, mas assegura que não teme concorrer com Zeca do PT. “Se vier o Zeca eu o enfrento. Não estou brigando nem ofendendo ninguém”, assegura.
Alessandra de Souza Murilo, André e Marisa confabulam durante evento do Democratas na Câmara
À convenção realizada na Câmara, compareceu também a senadora Marisa Serrano e outras lideranças do DEM e do PSDB.
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