quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cúpula do PMDB já fala em 'aliança heterodoxa' em MS

João Prestes, com Agência Brasil

O PT e o PMDB farão, a partir de agora, um acompanhamento constante das composições que começam a ser formadas para as eleições estaduais de 2010 a fim de reduzir ao máximo as influências estaduais na aliança nacional. Por conta disso, as reuniões de avaliação entre as cúpulas dos dois partidos serão intensificadas, a começar por hoje. Dirigentes dos dois partidos se reuniram na sede nacional do PT, em Brasília, para fazerem um mapeamento da atual conjuntura.

Duas conclusões foram tiradas do encontro: a necessidade urgente de trabalhar situações mais delicadas, como é o caso da Bahia e do Pará, e os casos já considerados perdidos, no qual se incluem Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Pernambuco, a direção nacional do partido já admite o que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), de "alianças heterodoxas". O PMDB pode armar palanque para o candidato do PSDB, possivelmente o governador de São Paulo, José Serra, nestes estados.

A anuência da cúpula nacional às "alianças heterodoxas" pode ser uma saída para aprovar sem dificuldades a parceria com o PT em torno de Dilma Rousseff. A candidata leva o tempo de rádio e TV do partido, mas não leva na totalidade suas lideranças. Jucá entende que o acordo com Dilma é um caminho sem volta.

O parlamentar destacou, entretanto, que o PMDB é um partido com “musculatura muito forte”, que tem a maioria dos vereadores e deputados estaduais, além disso forma a maior bancada na Câmara e no Senado, com as respectivas presidências das casas. Ele considerou natural que o partido componha com o PT a chapa para eleição de Dilma Rousseff.

Outros casos

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou que, na Bahia, está praticamente definido que a ministra Dilma Roussef terá que fazer sua campanha em palanques peemedebista e petista, mas ainda há possibilidade de, pelo menos, criar regras de convivência entre os dois partidos durante a campanha. Já no Pará, até por causa de uma disputa acirrada onde não há um candidato com chance de vitória definida, a senadora destacou que ainda há espaço para conversas entre o deputado Jader Barbalho (PMDB) e a governadora Ana Júlia Carepa (PT).

Já em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco a disputa entre PT e PMDB é tão acirrada que sequer há espaço para qualquer tipo de negociação. “Você acha, por exemplo, que tem como nós conversarmos com o [senador] Jarbas Vasconcelos (PMDB), em Pernambuco?”, destacou Ideli Salvatti.

Outra preocupação das duas cúpulas partidárias está nos estados com maior eleitorado. Ela citou o caso de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do país, respectivamente. Nos dois estados, PT e PMDB terão que “trabalhar ao máximo” numa composição, uma vez que, em São Paulo, não há possibilidade de união em torno de Dilma Rousseff e, na Bahia, quarto colégio eleitoral do país, a campanha da ministra ocorrerá em palanques diferentes.

Ela também comentou a possibilidade de o PSB, aliado tradicional, lançar a candidatura própria do deputado Ciro Gomes (CE) que tem crescido nas pesquisas de opinião. “Estratégico é o PT e o PMDB. Essa é a espinha dorsal da continuidade do avanço que se tem conseguido”, afirmou.

Salvatti disse, ainda, que as conversas com os socialistas ocorrerão depois de consolidada a aliança nacional com os peemedebistas. Segundo a senadora, não existe motivos para modificar um modelo de aliança que tem dado certo ao longo dos anos.

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