domingo, 14 de fevereiro de 2010

Com titulares definidos, partidos negociam vices e suplências para amarrar as alianças

Midiamax

João Prestes

Já estão praticamente definidos os nomes dos titulares nas duas chapas majoritárias que devem concorrer ao governo do Estado nas eleições deste ano. De um lado o PMDB do governador André Puccinelli e do outro o PT de Zeca. Os nomes dos candidatos a senador também já são conhecidos (embora o PMDB ainda precise definir em prévias qual das duas opções vai prevalecer). Restam, portanto, as vagas de suplentes e as vices para alinhavar definitivamente as alianças. E é aí que negociação atravanca.

Após bater o martelo e decidir que vai de chapa pura, o governador André Puccinelli está mais próximo de uma definição. Já fez o convite, que já teria sido aceito. A vice será a prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet. Analistas vêm nela um nome forte para vencer a eleição, pois agrega votos do público feminino e da região do Bolsão. E Simone também pode ser a estratégia de André para sucedê-lo em 2014, em caso de vencer a eleição neste ano.

Zeca ainda titubeia sobre o vice ideal. Gostaria que fosse alguém ligado ao agronegócio e de outro partido, que não o PT e o PDT, já devidamente contemplados na chapa majoritária. Os petistas chegaram a procurar o ex-senador Lúdio Coelho, forte liderança ruralista, para pedir-lhe a indicação de um vice. Não conseguiram, mas pelo menos conseguiram uma foto sorridente do velho tucano.

“Acho cedo para definir o vice”, desconversa o deputado estadual Paulo Duarte. “Isso vai acontecer nas vésperas da convenção”. A convenção só acontece em junho.

De qualquer forma, como André já escalou o time, o PT aproveita para avaliar quem faria melhor a marcação. A figura carismática de Simone Tebet pode fazer o PT optar por uma mulher como companheira de chapa de Zeca. Se viesse do agronegócio, melhor ainda. E se fosse do PTB, satisfação garantida. O problema é achar esse nome.

Senado

Igual dilema vivem os titulares das chapas ao Senado. Delcídio do Amaral é o único que se pode dizer com certeza que será candidato. Seu mandato vence neste ano e precisa ser renovado. Os demais nomes lançados ainda são dúvida. E Delcídio ainda não fez qualquer referência sobre quem será seu suplente.

O atual suplente é o empresário Antônio João Hugo Rodrigues, do grupo Correio do Estado. “Tudo leva a crer que continua ele. A não ser que ele não queira”, supõe Duarte. Já foi cogitado para ser parceiro de Delcídio até o filho do missionário da Igreja da Graça RR Soares, o pastor David Soares, filiado ao PDT. A Igreja da Graça arrendou dois canais de televisão de Campo Grande.

O outro candidato ao Senado na chapa de Zeca, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), já preencheu a vaga de suplente: trata-se da ex-primeira-dama Gilda dos Santos. A escolha de Gilda foi feita sem consulta ao senador Delcídio do Amaral, que reclamou, mas acabou aceitando. O temor é de dividir o PT, um grupo trabalhar pela eleição de Delcídio e outro apoiar Dagoberto/Gilda, o que pode atrapalhar a eleição dos dois.

No PMDB a dúvida é qual será o candidato a senador: se o deputado federal Waldemir Moka ou se o atual senador Valter Pereira. Eles estão inscritos para disputar eleição interna marcada para março. Enquanto não resolverem quem será o candidato, não se pode falar em suplentes.

A outra vaga de senador na chapa de André está reservada ao vice-governador Murilo Zauith, do DEM, podendo a suplência caber ao PPS. Também não se fala em nomes para suplente de Murilo por enquanto.

João Prestes

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