sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PMDB de MS vota em Temer para presidir o partido, mas garante que não aderiu à Dilma

Valdelice Bonifácio

A provável reeleição de Michel Temer à presidência nacional do PMDB na convenção de amanhã terá a ajuda dos delegados de Mato Grosso do Sul. A expectativa é de que todos os convencionais do Estado votem a favor do presidente da Câmara Federal.

Porém, tal posicionamento do PMDB de MS não significa adesão à ala do partido que defende aliança com o ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência da República, explica o presidente regional da sigla, Esacheu Nascimento.

O partido levará 13 delegados à convenção de manhã – no total o grupo tem 27 dos 760 votos. O governador André Puccinelli (PMDB) tem direito a dois votos e viaja amanhã logo cedo para Brasília. Ele foi o primeiro dos delegados a declarar voto em Temer.

Em 28 de janeiro aproveitou evento na Governadoria para antecipar sua decisão. “No dia 6 de fevereiro vou votar no Michel. ... Michel, Michel ...”, disse na ocasião.

Esacheu Nascimento admite que a atitude do governador pode ter influenciado a decisão do partido. “Ele é a liderança mais expressiva da legenda”, explica. “Mas ninguém no diretório estadual nunca teve nada contra Michel Temer”, completa.

O próprio governador nega que sua decisão de votar em Temer tenha relação com as eleições presidenciais. “É que eu sempre votei nele”, justificou-se em recente evento.

Unidade

O dirigente estadual acredita que Michel Temer vai pacificar o partido sem misturar a convenção nacional com as eleições presidenciais. Como se sabe, Temer quer levar o PMDB à aliança com o PT e, mais, quer ser indicado a candidato a vice de Dilma Rousseff.

Nem André, nem qualquer membro do PMDB admitem a apoiar a aliança com o PT. O governador se classifica como indefinido no que diz respeito às eleições presidenciais.

Outro delegado que votará pela eleição de Michel Temer é o deputado federal Waldemir Moka. Com direito a dois votos, ele explica que acompanha a decisão do PMDB de MS por considerar que Temer “tem respeito dentro do partido”.

Moka tem certeza de que a convenção de amanhã não se mistura com a discussão sobre a aliança presidencial. “Isso é muito claro, uma coisa nada tem a ver com a outra (...) O Michel vai manter o debate interno e respeitará a decisão da convenção de junho”, acredita.

Em junho, os convencionais voltam a Brasília para decidir entre candidatura própria à presidência da República e as possíveis alianças com o PT ou PSDB, de José Serra.

“Temos apreço pelo Michel (..) A eleição dele não significa antecipar a decisão pela aliança com Dilma Rousseff”, insiste Moka.

Delegados

Esacheu embarca agora à tarde para Brasília para participar das reuniões preliminares à convenção. O governador, conforme sua assessoria, deixa Campo Grande rumo à Capital Federal por volta das 6 horas deste sábado. Moka também embarca pela manhã.

Os demais convencionais são: os deputados federais Marçal Filho, Geraldo Resende e Nelson Trad, os deputados estaduais Jerson Domingos, Júnior Mochi e Youssif Domingos, o secretário de Habitação Carlos Marun e a suplente de vereadora Maria Emília Sulzer. A presidente do PMDB Mulher Carla Stephanini também acompanha a comitiva. Ela poderá votar em substituição a algum delegado que, por ventura, faltar.

Youssif e Maria Emília vão a convenção substituir o prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad e a deputada estadual Celina Jallad.

Conforme Esacheu, Nelsinho não viajará sob a alegação de problemas de saúde. Já Celina Jallad terá outros compromissos. A reportagem do Midiamax entrou em contato com a assessoria de Nelsinho, mas ainda não recebeu retorno.

Briga Judicial

A convenção que será realizada amanhã, em Brasília, foi alvo de questionamentos judiciais. Todos sem sucesso. A ala contrária a aliança com Dilma tentou suspender na Justiça a convenção do PMDB, mas não conseguiu. O encontro, marcado para sábado, deve reconduzir Temer ao comando da legenda.

"Temos mais de 90 por cento do partido com a decisão do Diretório Nacional. A convenção vai se realizar no dia 6 em ambiente de tranquilidade e democracia", afirmou Temer em entrevista ao Estado de São Paulo.

Conforme o site do PMDB Nacional, a convenção será realizada amanhã, das 9h às 17h, no Congresso Nacional, em Brasília, no auditório Nereu Ramos, no Anexo II, da Câmara dos Deputados.

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