quarta-feira, 18 de março de 2009

André Puccinelli e Dilma: PT vê cilada e PSDB, jogada

Midiamax

PT e PSDB sempre estiveram em campos opostos em Mato Grosso do Sul. Na Assembleia Legislativa, o primeiro é oposição, enquanto o segundo é aliado ao governo. Porém, estão de acordo quando o assunto são as eleições de 2010.

Nenhum dos dois acredita que a paquera do governador André Puccinelli (PMDB) à ministra-chefe da Casa Civil Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha continuidade no ano que vem.

Os petistas avaliam que o governador está, na verdade, tramando uma cilada para o partido no Estado. A ideia é sinalizar com a possibilidade de composição até minar a intenção petista de lançar candidato próprio ao governo.

Daí para frente, o enredo é previsível. Vai fechar com o PSDB e dar às costas ao PT que, despreparado, não vai incomodar nas eleições.

O PSDB, por sua vez, assegura que nem sentiu os brios mexerem com os galanteios de André a Dilma. Para os tucanos, André oferece palanque porque quer o óbvio: recursos federais, necessários, inclusive, para que ele tenha resultados a apresentar na campanha eleitoral.

"Talvez ele se sinta inseguro de demonstrar uma posição favorável a nós e ver a fonte lá em cima secar", analisa o presidente regional do PSDB, deputado estadual, Reinaldo Azambuja que vai brigar para ter o apoio de André Puccinelli para o presidenciável do PSDB.

Cilada política

No PT, o primeiro a chamar a atenção para a possibilidade de ardil eleitoral de André Puccinelli foi o deputado estadual Pedro Teruel (PT). Porque ele mesmo viveu experiência semelhante.

Foi Teruel quem representou o partido na disputa pela prefeitura de Campo Grande em 2008. "Não podemos deixar, de novo, para construir uma candidatura na última hora", sugere.

No ano passado, também havia a expectativa do PT se aliar ao PMDB de Nelsinho Trad. Um grupo do PT se deixou seduzir pela possibilidade de aliança e não colaborou com o fortalecimento de candidatura própria.

O período de indefinições teve vexames marcantes para a militância petista, como uma declaração do governador André Puccinelli meses antes das eleições. "O PT se oferece ao PMDB até de forma impensada", disse.

Outro defensor da candidatura própria Pedro Kemp diz que em 2008 "o PMDB ficou cozinhando o PT e depois soltou na bangela".

"Acho que o PT não pode cair neste canto da sereia. Tem que se preparar para a candidatura própria", diz. Vale ressaltar que o PT já aprovou, em plenária, indicativo pela candidatura própria no Estado.

O presidente regional do PT, deputado Amarildo Cruz também duvida das intenções de André em relação à Dilma. "Na verdade, o que ele sente é constrangimento. Ficava o tempo todo chamando de fada madrinha, e agora que ela é pré-candidata não sabe o que fazer", analisa.

Fiéis amigos

"Tudo faz parte de um jogo do governador. No final ele vai ficar com aqueles que sempre foram fiéis a ele", resume o deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB).

Outro deputado estadual do PSDB, Márcio Fernandes, também acredita em um desfecho feliz para os tucanos. "No momento não está se discutindo eleição. Não se pode fechar alianças com ninguém. No final ficará conosco", prevê.

Além da afinidade política de anos, Reinaldo Azambuja, presidente do PSDB, acrescenta ainda um outro ponto que, por si só afastaria o PT local de André.

"O governador está conversando lá em cima, mas quem decide é o PT daqui. Eles são muito dividos, não conseguiriam unidade interna suficiente para aprovar uma aliança com o PMDB. Então tudo ficará como está, cada um seguirá seu caminho. Já o PSDB não se divide. Vai entrar inteiro na campanha de André", finaliza.

Nenhum comentário: