domingo, 29 de março de 2009

‘O PT está mais unido do que pensam’, diz Delcídio Amaral


Midiamax

"O PT está mais unido do que se pensa”, disse o senador Delcídio do Amaral (PT) que ontem por volta das 17h foi à sede da PF (Polícia Federal), em Campo Grande, para acompanhar o andamento das investigações sobre o Caso Agehab, tido como um falso complô que teria como objetivo dividir o partido.

O parlamentar fez questão de frisar, entretanto, que ainda não conversou com o ex-governador Zeca do PT, com quem divide o partido no Estado. “Não tive conversa com o Zeca, não”.

Após cumprimentar desde o carteiro dos Correios que deixava o prédio até os agentes que estavam à espera dele no saguão da Superintendência da PF, o senador foi recepcionado pelo delegado Anderson Pereira dos Santos. “Vim à PF porque já havia pedido para falar com o delegado”, explica.

Santos foi acionado pelo senador e pelo deputado federal Vander Loubet (PT) para apurar o porquê do golpista Ademar Mariano ter dito a policias rodoviários federais - e depois mudado a versão - que haveria um complô cujo objetivo era fraudar o processo eleitoral do PT.

Mariano foi preso no dia 15 de março na BR-262, em Terenos, com carteira de identidade falsa, e revelou ser o chefe de um esquema de venda ilegal de casas da Agehab (Agência Estadual de Habitação).

Preso do regime semiaberto, ele disse que vendia ilegalmente as casas da Agehab a mando de Loubet, que é sobrinho de Zeca do PT, facilitava casas para filiados do PT e dizia que era parte da campanha de Delcídio nas eleições internas da sigla. No caso, um complô contra o senador.

Depois, Mariano disse que mentiu e que usou o nome de políticos e policiais porque sofreu tortura psicológica. Teriam prometido lhe dar liberdade se lhe contasse ‘tudo’.

O senador disse ao Midiamax que exige uma apuração dos fatos e não vai processar Mariano. O estelionatário era conhecido de Delcídio em Aquidauana.

Ele já conhecia Ademar Mariano, tido como um dos chefes do esquema. Em coletiva à imprensa, ele o mencionou como “agente político”.

Mariano, disse o parlamentar, ia de gabinete em gabinete atrás de pequenas ajudas, sacolão uma delas. O senador contou ainda que em 2001, sua mãe teria ajudado Mariano no projeto de construção de um asilo em Aquidauana.

O problema gerou uma crise dentro da PRF. Um processo administrativo foi instaurado para identificar como vazou para a imprensa o Caso Agehab.

Sobre o risco de penalizar os policiais que alegam ter cumprido o que preconiza a função, o senador disse: “A única preocupação é acabar culpando o mordomo e o mocinho virar bandido”.

Na semana retrasada, quando o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini esteve em Campo Grande para eventos internos com os petistas, ele chamou o caso Agehab de história “muito estranha”.

“Não interessa ao Delcídio, nem ao Vander. Esperamos que a polícia descubra o que realmente aconteceu”. Delcídio e Loubet chegaram juntos ao evento na sede do PT regional e esclareceram que não acreditam em complô arquitetado dentro do PT. Eles afirmaram que se alguém agiu para rachar a legenda, o efeito será o contrário.

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